A primeira vez
Tudo começou numa viagem para Maceió, para a praia do Francês. Fui eu, minha amiga Andréia e sua família. Alugamos uma casa de dois andares. Ao todo éramos quatro famílias.
Sempre saíamos para barzinhos à noite, mas tínhamos horário para voltar. Sempre à meia-noite.Até parecia Cinderela. Após dez dias que estávamos na praia, resolvemos ir num barzinho novo, chamado Ouvídeo. Chegando lá, um garoto que eu nunca tinha visto antes, chamou a minha atenção. Foi como se algo me impulsionasse a fazer isso, porque não sou assim.
Na verdade sou muito Tímida, mas com ele, sentia liberdade e intimidade. Começamos a conversar e fomos nos conhecendo. Ele se chamava Pedro. O papo estava tão bom que nem vi a hora passar. Quando percebi, já era quase meia-noite e tive de ir embora. Fiquei ansiosa. Aliás, mais do que ansiosa. Fiquei louca. Sonhei a noite toda com ele. Não conseguia esquecê-lo.
À noite, eu e Andréia fomos novamente para o barzinho com esperança de encontrá-lo, é claro. Quando chegamos lá, foi a primeira pessoa que vi.
Mais tarde, para criar uma oportunidade de ficarmos a sós, ele me chamou para ir à barraca dele.
Chegamos lá, sentamos e começamos a conversar. Quando percebi, seus lábios já estavam grudados aos meus. O clima começou a esquentar e fiquei um pouco assustada. Afinal eu era virgem.
Então, falei que tinha de ir embora. Coisa de adolescente com medo. Ele insistiu para que eu ficasse mais. Disse que ia embora no dia seguinte e queria ficar mais comigo.
Mas eu estava muito assustada e também já estava muito tarde. Levantei-me e fui embora.
Custei a esperar o outro dia chegar para revê-lo.Assim que o dia amanheceu não perdi tempo.
Preparei meu banho, o creme que passei no corpo, a roupa que vesti. Fiz tudo com muito carinho.
Até parecia que eu ia me casar.
Enfim, a noite chegou e meus batimentos aceleravam a cada minuto. Eu e minha amiga chegamos cedo no barzinho e ainda não havia ninguém. Logo Pedro chegou com outro amigo dele, Maurício.
Começamos a conversar.
Pedro falou para sairmos daquele barzinho. Fomos para suas barracas e ficamos sentados um tempo lá. Decidimos então dar uma volta pela praia, onde tudo começou.
A lua cheia e a praia deserta serviram de cenário inesquecível. Fomos para um rancho abandonado onde havia cabines de madeira. Quando estávamos nos beijando, ele disse que não poderíamos ir muito longe, pois estava sem camisinha e ele preservava pela minha saúde e pela dele também. Mas eu, como sou uma menina prevenida, tirei uma camisinha do bolso e continuamos. Resolvemos voltar para a barraca, pois lá era mais confortável. Fomos terminar o que já havíamos começado.
Não comentei que ainda era virgem. Mas ele acabou percebendo e me perguntou. Ficou um pouco assustado quando confirmei sua dúvida. Falei pra ele não se preocupar, porque essas coisas acontecem assim mesmo, sem hora, local e pessoa certa. São coisas do destino da gente.
Após acontecer, ele conversou comigo. E eu nem aí, era muito nova e estava achando todo aquele papo um saco.
Eu tinha apenas 16 anos, enquanto ele estava com 23.Não era tão mais velho, mas com certeza tinha mais experiência do que eu.
No outro dia, acordei e fui cedo ao local onde ele estava acampado. Mas ele já tinha ido embora. Fiquei muito triste, mas continuei curtindo a minha viagem. Uma semana depois voltei para Brasília, minha cidade. Passa-se mais uma semana e meu telefone toca.
Era ele. Eu nunca imaginária. Ele perguntou como estava e declarou que estava em Brasília e queria me ver. Saímos e ficamos novamente. Assim foi, durante um ano e meio. Sempre nos víamos, de quatro em quatro meses. Não sei se o que eu sentia por ele era amor. Só sei que o que eu sentia era algo muito forte. Até que um dia ele sumiu.
Ficou muito tempo sem me ligar. Mas não parei minha vida. Saía e conhecia várias pessoas. Comecei a ficar sério com Marcos, um amigo que tocava na mesma banda que eu.
Um dia, do nada Pedro me ligou novamente. Marcamos de nos ver. Foi quando abri o jogo. Ele ficou com muita raiva. Foi embora e não me ligou mais. Na mesma noite, eu e o Marcos começamos a namorar.
Hoje, após oito anos, penso que se tivesse oportunidade de vê-lo novamente, teríamos muito o que conversar. Daquela conversa que tivemos durante a minha primeira vez. Na época achei um saco. Hoje eu vejo de uma forma diferente, e mesmo estando nítida a pouca experiência de ambos, foram momentos que marcaram para o resto da minha vida.